20.3.13

Obscure: Two


TWO - HORROR MOVIE


– Narrado por Taylor. –

Minha vida estava definitivamente uma merda. Uma mãe drogada que mal vive em casa e um pai alcoólico que não me dá a mínima importância. Meu único amigo era o Jacob, meu gato de estimação. Taylor Michel Momsen; esse é o meu nome. Você pode até ter ouvido falar sobre a família Momsen antes, sabe, aquela família que antes era uma das mais ricas e populares de Atlanta e faliu, sendo hoje uma família totalmente diferente do que era antes.


Você já se sentiu como se estivesse desmoronando? Você já se sentiu deslocada? Como se você não se encaixasse e ninguém te entendesse? Você já quis fugir? Você se tranca em seu quarto, com o rádio ligado tão alto, que ninguém te ouve gritar? Não, você não sabe como é isso. Quando nada parece certo. Você não sabe como é ser como eu.

Ser machucada, sentir-se perdida, ser deixada no escuro. Ser chutada quando você está caída, sentir-se maltratada. Estar à beira de entrar em colapso e ninguém estar lá para te salvar. Bem-vindo(a) á minha vida.

Você quer ser outra pessoa? Você está cansada de se sentir excluído? Você está desesperada para encontrar algo mais, antes de sua vida acabar? Você está presa em um mundo que você odeia? Você está cansada de todos a volta? Com grandes falsos sorrisos e mentiras estúpidas, enquanto lá dentro você está sangrando.


Ninguém nunca irá saber como eu me sinto, ninguém.


Sentei-me em um dos bancos do parque e continuei a pensar em minha vida fútil e idiota. Bom, pelo menos até os olhares constantes daquele garoto que estava sentado ao meu lado, começassem a incomodar. Ele era lindo, mas confesso que tinha um jeito meio esquisito. Se bem que eu não deveria julgá-lo, já que eu deveria ser a única e mais esquisita dali.


– Algum problema, esquisitão? – Perguntei enquanto observava duas garotinhas fazerem anjinhos na neve um pouco mais a frente. O garoto ficou calado e com uma expressão um tanto que incrédula. Ok, talvez eu não fosse a única pessoa realmente esquisita dali.


– Narrado por Justin. –
A única coisa que passava por minha mente era ‘como é que é?’. Ok, eu não quero me gabar, mas se fosse qualquer outra mulher, ficaria totalmente caidinha por mim, mas por que justo ela tinha de me chamar de ‘esquisitão’? Porra, eu já comecei mal. Controle-se Justin, lembre-se de que essa garota precisa ser sua próxima vítima.


– Como? – A vi revirar os olhos e voltar sua atenção a mim.


– Você é surdo? Quer que eu desenhe ou explique melhor? – Ela disse visivelmente irritada. Continuei olhando-a, tentando escolher as palavras certas, o que era quase que impossível. – Que foi? Nunca levou um fora na vida, esquisitão?


Bufei. Taylor realmente tinha fama de arrogante, mas não imaginei que ela fosse praticamente a arrogância em pessoa. Sabe aquela garota rebelde que usa roupas pretas, gosta de rock, abusa da maquiagem escura, não fala com ninguém a não ser em momentos ultra importantes, não tem amigos e arranja brigas por qualquer motivo? É, essa é a Taylor.


Se bem que ela conseguia ser sexy com esse jeito ‘rebelde’ dela. De alguma forma, me senti um idiota por não ter reconhecido seus cabelos loiros e cumpridos, assim que ela sentou-se ao meu lado. Taylor sempre chamou a atenção por onde passava, e acredite, não era apenas por seu jeito obscuro de ser. Ela era gostosa, muito gostosa. Ouvi rumores de que ela era difícil, e que o único garoto que conseguiu ‘fisgá-la’ de alguma forma, fora o sortudo do Matt, um dos jogadores de basquete do colégio. Se bem que é disso que os homens gostam; garota difícil e independente, dessa que te seduz e te faz praticamente rastejar aos pés dela.


Meus olhos pousaram em sua face novamente e como se eu estivesse sendo controlado, meus orbes pararam justamente em seus seios. Eles eram tão fartos e convidativos... Ah, como eu queria ter essa garota em minha cama agora.


– O que foi? Nunca viu dois pares de seios na vida também não? Ah, aposto que você deve ser mais um desses virgezinhos que se excitam com decotes e praticamente comem a própria mão quando chegam em casa. Ah, me poupe, tenho coisa melhor à fazer.


– Narrado por pessoa onipresente. –
Momsen levantou-se do banco ligeiramente, parecendo irritada. Isso era mais comum do que o imaginável para ela, afinal, sempre havia pelo menos um garoto que daria em cima dela ou até mesmo tentaria beijá-la a força. Taylor já chegou ao ponto de quase ser estuprada muitas vezes e por muita sorte, sempre conseguia fugir. Mas já era de se esperar, ela tinha uma beleza em tanto, afinal.


Com uma bolsa de couro de cor preta – assim como todo o resto de sua roupa – nos ombros e um cigarro na boca, a garota caminhava pelas ruas de Atlanta devagar. As lojas já começavam a fechar e as ruas a ficarem desertas, devido à hora. Mas Taylor não se importava, inclusive, para ela, a noite era o melhor horário para se pensar na vida. No caso dela, o quanto sua vida é problemática e traiçoeira. A garota levou uma das mãos para dentro da bolsa, tirando de lá um maço de cigarros, junto de um isqueiro. Tirou um dos cigarros e devolveu o maço para a bolsa. Levou o cigarro que havia pegado à boca e acendeu-o, devolvendo então o isqueiro para a bolsa também. Deu uma longa tragada, e perguntou a si mesma por que fumar era uma das melhores sensações do mundo.


De todas as formas, ela sabia que fumar era errado – e até mesmo o maço do cigarro demonstrava isso, com aquelas imagens horríveis de como uma pessoa fumante pode acabar ficando –, e ela realmente já tentou largar esse vício. Mas Taylor simplesmente não conseguia. Fumar já virara coisa de rotina, e para ela, era impossível passar um dia sequer sem dar uma tragada num cigarro.


Taylor andou mais alguns quarteirões e logo avistou a única casa sem jardim da rua, que por um acaso, era a sua. Bem, a casa onde a garota morava não era lá uma das mais bonitas. Na garagem não havia Ferrari ou Range Rover, na verdade não havia carro nenhum, apenas um enorme vazio; naquela casa, ou andavam de ônibus – raramente, pois nem sempre tinham o dinheiro da passagem – ou andavam a pé mesmo. Lá, não havia flores e uma grama verdinha, apenas algumas folhinhas secas, que nem ao menos poderia ser chamada de grama. Se bem que antes não era assim; havia três Ferrari, duas Ranger Rover e uma limusine na garagem, um jardim lindo e de dar inveja aos vizinhos e uma família feliz. Tudo havia mudado tanto após a família Momsen falir.


Na verdade, Taylor nascera em Nova York e vivera com sua família lá até os treze anos. Seu pai era um importante empresário da cidade, enquanto sua mãe era uma advogada bastante conhecida. A família Momsen não poderia ser mais ‘perfeita’; um pai super ocupado, uma mãe que só dava atenção para o próprio trabalho e uma filha que tinha tudo para dar errado – e realmente deu, de alguma forma. Na semana seguinte de seu aniversário, Taylor foi praticamente obrigada a mudar-se com seus pais para Atlanta, pois seu pai queria abrir mais estabelecimentos de sua empresa de carros em outra cidade. E assim fizera. O problema era que o Sr. Momsen nem imaginava que um ano depois sua empresa iria falir, e bom, que ele viraria um baita de um alcoólico.


Taylor jogou o cigarro no chão, pisando em cima do mesmo depois. Em seguida, enfiou a mão dentro da bolsa novamente e tirou de lá um molho de chaves. Abriu a porta e fechou-a em seguida, entrando em casa e dando de cara com o vazio de sempre. Há essa hora, seus pais deveriam estar fazendo o mesmo de sempre; se drogando e bebendo. Respirou fundo, e seguiu um curto caminho até a cozinha. Precisava beber água agora, ou morreria de sede, teoricamente. Abriu a geladeira e tirou de lá uma jarra de água, colocando-a em cima do balcão e fechando a geladeira em seguida. Encheu o copo de água e ao tocar o mesmo em seus lábios, todas as luzes da casa começaram a piscar. Uma queda de energia, talvez. De qualquer forma, o coração de Taylor acelerou quando as luzes apagaram definitivamente. Aquilo não era nada bom. Bem, não que a garota tivesse medo do escuro, mas nenhuma pessoa existente em todo o mundo em sã consciência gostaria de ficar no escuro às quase 01h30 da madrugada, certo?


Taylor bebeu a água rapidamente, deixando o copo de água de lado e colocando a jarra de volta à geladeira. Suspirou, dando passos devagares de volta à sala, onde havia deixado sua bolsa. A garota tentava se apoiar em tudo quanto é coisa que via pela frente. Por ali, a única luz no momento, era a da lua. Tudo isso parecia, definitivamente, com um daqueles filmes de terror que Taylor adorava assistir. A única diferença era que, naquele momento, ela era a protagonista principal, e isso não era nada legal. Finalmente chegou onde queria, e pôde ver sua bolsa. Pegou a mesma e tirou de lá seu celular fazendo um pequeno sorriso nascer em seus lábios, ela tinha esperança de que o celular ao menos tentasse iluminar o caminho da garota enquanto ela subia para seu quarto.


Seu sorriso desmanchou-se ao notar que seu celular estava descarregado. Bufou. E se tudo já não estivesse ruim o suficiente, a garota começou a ver algumas sombras passarem por ela rapidamente, e apesar de estar tudo escuro, ela podia ver dois pares de olhos castanho-escuro a olharem obscuramente. Agora sim, ela estava com medo.


Taylor Momsen nem tinha idéia de que tudo ficaria ainda pior com o decorrer da noite. Aquela seria, definitivamente, a pior noite de sua vida e que ela realmente se sentiria dentro de um filme de terror. Não haveria um balde de pipoca e nem uma latinha de coca-cola, muito menos a felicidade de poder desligar a TV quando bem quisesse. Naquela noite, seria apenas ela e um... Um serial killer pronto para matá-la da pior forma possível.


Bem, e que o filme comece.

7 comentários:

  1. Ah, como eu queria ter essa garota em minha cama agora.
    ∟ JUSSSSSTEN SAFADO kkk


    MATAR: :O
    COOOOOOONTINUA O/

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  2. leitora nova.
    Simplesmente perfeito \õ/ continua

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. woooow que PEEERFEITO amr estou amando
    posta mais shawty

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  5. Haha, perfeito como sempre u.u continue diva *u* - Srta.walker :3

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